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Depressão e processo criativo

  • avmilhome
  • 16 de mai. de 2020
  • 2 min de leitura

Você já observou quantas músicas lindas foram compostas em momentos de sofrimento do seu compositor? Quantos livros? Quantas obras de arte criadas a partir do sofrimento?


Já observou os grandes nomes da história? João Paulo II, Mandela e tantos outros que marcaram profundamente a humanidade...que histórias marcadas por sofrimentos, não é?


Quando estamos em meio a dor, ao sofrimento, é difícil suportar...as vezes, nos perguntamos por quê? Para quê? Sofrimento não deveria existir. É o que desejamos. Talvez não precisasse mesmo existir... Mas ele faz parte da contingência humana.


E, curiosamente, é em meio ao sofrimento que surgem as grandes construções da humanidade.


Compartilho com você, hoje, a história de Melaine Klein. Uma das autoras que mais contribuíram para a compreensão do funcionamento psíquico inconsciente depois de Freud, sobretudo no trabalho com crianças.


Klein, a caçula da família, sempre foi muito esperta e inteligente. Sonhava em ser médica. Admira pessoas inteligentes. Ficou muito encantada ao perceber que o rapaz, notadamente, que mais se destacava em seu grupo pelas qualidades intelectuais,  começou a cortejá-la. Aos 17 anos, enamora-se de seu futuro marido. Aos poucos, o sonho de ser médica sede aos preparativos para o casamento. Abandona os velhos amigos e estudos. Casa-se aos 21 anos. Chegam os filhos e os desafios da maternidade. O marido viaja muito a trabalho e a família o acompanha. Moram em pequenas cidades da Europa. Klein se vê longe de tudo o que sonhou...sem forças para cuidar dos filhos, com um casamento desgastado e sem um curso superior,longe da sua desejada carreira médica... Cai em depressão. Até conhecer a Psicanálise. Faz terapia com um amigo de Freud, que a estimula a aplicar a Psicanálise em seus próprios filhos.


A partir deste momento, nasce uma das maiores Psicanalistas da história. Ela não só escreve sobre Psicanálise como cria novos conceitos.


Aos 40 anos, ela inicia e contribui gigantescamente com a humaidade e com a forma de lidarmos com saúde mental.  E quantos de nós achamos que estamos velhos para começarmos algo?


A filha mais velha cresce, forma -se em medicina e se torna uma das mais severas críticas de sua mãe. A filha, marcada por ver a mãe ausente por causa da depressão,  não superou este fato. A ponto de não visitar a mãe em seus últimos dias de vida. Em meio a tudo isso, Klein desenvolve o conceito de Edipo Feminino. Mais uma contribuição à Obra de Freud. 


O filho com quem ela tinha maior afinidade morre nos Alpes em um acidente ou não se sabe se ele cometeu suicídio. Em meio a toda esta dor, ela escreve uma de suas obras mais valiosas para a Psicanálise.


Criticada pela filha de Freud, ela segue com firmesa e divide a escola Psicanalitica inglesa em kleineanos, independentes e freudianos. Essa divisão ainda permance na escola inglesa. Mas resiste acreditando em sua prática. 


Hoje, sabemos da importância e das contribuições de todos os autores, mas ela nos ensina a não temer.


Enfim, tememos tanto a depressão. Tememos tanto o sofrimento. Mas ele pode e sempre é a inspiração para grandes construções.



"O sofrimento acompanha sempre uma inteligência elevada e um coração profundo." Dostoievski



 
 
 

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