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O espaço clínico e o potencial criativo

  • avmilhome
  • 21 de jun. de 2020
  • 2 min de leitura

Nesta semana, me dei conta de que o simples fato de visualizar um quadro na clínica psicológica de uma amiga mudou o rumo da minha história.


Ao ver o quadro "Maternidade" de Picasso na clínica da minha amiga, saí impactada. Em seguida,  deu início o meu movimento de retornar à prática clínica.


Lembro que, certa vez, conversando com um amigo, especialista em orientação profissional, eu compartilhei: " em que mesmo eu sou boa? É nisso que, enfim, somos plenos..." E ele me disse: "na sua profissão... na sua psicologia?" E eu disse: " Não...acho que não...hoje já estou com tantas outras atividades..."


Hunrum...guardemos isso...


Neste fim de semana, lendo o livro "Nem sapo nem princesa" (França,  2017),  vi o caso de um menino de 04 anos que se identificava com a figura feminina. Chegou na clínica e a primeira coisa que fez foi pedir a psicóloga que lhe desse a revista "Amiga" que tinha a foto da apresentadora Angélica. A mãe do garotinho desejava durante toda a gravidez que o bebê fosse uma menina. Mas nasceu um menino...


No decorrer da análise, entendeu-se que, na verdade, aquela identificação com a figura feminina era o desejo da mãe naquele menino. E ao pedir a revista da Angelica, o menino, na verdade, pedia a psicóloga que o ajudasse a descobrir quem ele realmente era...um menino ou uma menina?


Impressionante este espaço clínico, não é mesmo? Como somente, o espaço clínico já provoca movimentos no nosso psiquismo... Provoca movimentos no sentido de encontrarmos nosso verdadeiro self, nosso potencial criativo.


Winnicot (1983) fala do verdadeiro self e do falso self. Nosso verdadeiro self é aquilo que somos em essência, nossa verdade e onde está todo nosso potencial criativo.  O falso self que desenvolvemos, as vezes, é necessário em momentos de convívio social, onde somos mais superficiais. Mas não é possível vivermos sempre nos posicionando num falso self...isso é adoecedor.


Descobrir o seu potencial criativo, seu verdadeiro self é libertador. E se o simples espaço clínico já favorece este movimento, o que podemos pensar do processo de análise e atendimento clínico...

Referências:

Winnicott, D. W. (1983). O ambiente e os processos de maturação: estudos sobre a teoria do desenvolvimento emocional. Porto Alegre: Artes Médicas

França, C.P. (2017). Nem sapo nem princesa: terror e fascínio pelo feminino. São Paulo: Blucher

 
 
 

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